Quais razões levaram a Igreja Adventista do Sétimo Dia a votar contra a ordenação de mulheres ao ministério pastoral na assembleia da Associação Geral de 1990? E, se a ordenação não foi aprovada naquela ocasião, por que rediscutir o assunto?
Esta foi a resolução votada pela Igreja Adventista em 1990:
“Votado, aceitar o seguinte relatório e recomendações da Comissão sobre o Papel das Mulheres, como recomendado pelo Concílio Anual de 1989:
“Os presidentes das divisões mundiais da Associação Geral relataram à Comissão a situação presente em seus campos com respeito à ordenação de mulheres ao ministério pastoral. Em várias divisões, há pouca ou nenhuma aceitação de mulheres na função de pastoras, ordenadas ou não. Em outras divisões, algumas uniões aceitariam mulheres como pastoras, mas as indicações mostram que a maioria das uniões não iria considerar isso aceitável. Contudo, na Divisão Norte-Americana parece haver o apoio mais amplo à ordenação de mulheres.
“Os presidentes das divisões também relataram que, com base em inúmeras discussões, comissões, pesquisas de opinião etc., existe a probabilidade de que aprovar a ordenação de mulheres resultaria em desunidade, dissensão e talvez até cisma. Portanto, os presidentes chegaram a estas duas conclusões:
“1. A decisão de ordenar mulheres como pastoras não seria recebida com aprovação pela maior parte da Igreja mundial.
“2. As disposições do Manual da Igreja e dos Regulamentos Administrativos-Eclesiásticos da Associação Geral, que permitem a ordenação ao ministério evangélico apenas em nível mundial, têm forte apoio das divisões. […]
“A Comissão, tendo analisado os argumentos e as apresentações favoráveis e contrários à ordenação de mulheres [ao ministério pastoral]; tendo considerado meticulosamente o que provavelmente é melhor e menos perturbador para a Igreja mundial neste momento; e reconhecendo a importância de nossa missão escatológica, o testemunho e a imagem de nossa família espiritual, e a necessidade da unidade da e na Igreja, relata ao Concílio Anual da Associação Geral de 1989 os seguintes resultados de sua discussão:
“1. Embora a Comissão não tenha consenso se as Escrituras e os escritos de Ellen G. White explicitamente apoiam ou negam a ordenação de mulheres ao ministério pastoral, ela conclui unanimemente que essas fontes afirmam um significativo, amplo e contínuo ministério para mulheres. […]
“2. Além disso, tendo em vista a falta generalizada de apoio à ordenação de mulheres ao ministério evangélico na Igreja mundial, e tendo em vista o possível risco de desunião,desavença e desvio da missão da Igreja, nós não aprovamos a ordenação de mulheres para o ministério do evangelho” (“136-90 Ordination of Women to the Gospel Ministry”; grifo nosso).
“Por que a ordenação não foi aprovada em 1990? Não foi porque a Igreja Adventista estudou, avaliou e descobriu que, segundo a Bíblia e os escritos de Ellen White, a mulher não deve ser ordenada ao ministério pastoral. A igreja reconheceu que esse assunto não está muito claro, não houve um consenso; então, era melhor não avançar. Portanto, a reincidência do assunto não significa que uma decisão negativa numa assembleia anterior tenha sido equivocada” (Pr. Ranieri Sales, “Ordenação de Mulheres na IASD: Panorama atual do debate”, sermão pregado na igreja do Unasp-EC em 16 de maio de 2014).
“Quando os delegados da Associação Geral, em 1990, votaram contra a ordenação de mulheres ao ministério pastoral, a razão apresentada não foi porque essa prática é contrária à Bíblia, mas porque ela vai contra os pontos de vista culturais dos adventistas em muitas partes do mundo” (Ranko Stefanovic, Ph.D., professor de Novo Testamento na Universidade Andrews, viaFacebook).
Fonte: http://teologiadaordenacao.blogspot.com.ar/2015/06/ordenacao-de-mulheres-e-assembleia-de.html (Matheus Cardoso)